Vanessa Tenório, nossa co-fundadora, inicia a websérie
“Neurociência e Educação em Inglês”. A discussão trazida no primeiro episódio é
sobre atenção, um dos principais fatores que interferem no processo de ensino-aprendizagem.
Para iniciar, Vanessa comentou sobre as sensações e os canais por onde
recebemos inúmeros estímulos.
Segundo ela, querendo ou não, estamos expostos a essas variáveis através de cada um dos cinco sentidos: audição, visão, paladar, olfato e tato. Logo,
para ter atenção em algo é preciso saber onde canalizar o seu foco. Porém, nesse
contexto, qual é o grande desafio do professor? Leia este artigo e confira os
principais pontos abordados no vídeo.
Para chamar atenção, o educador precisa primeiramente conquistá-la.
Só que essa atenção buscada pelo profissional compete com muitas outras coisas.
Como Vanessa explica no vídeo, nosso corpo está preparado para produzir reações
químicas de neurotransmissores, que por sua vez são responsáveis por essa
atenção. Nosso corpo os libera quando lidamos com algo perigoso, atraente,
urgente ou quando aquilo é relevante para nós.
No caso do aprendizado, as crianças e os adolescentes não estão relacionando nada disso a perigo ou urgência. Logo, é preciso fazer com que o
ensino se torne algo relevante para eles. Para exemplificar, a diretora fala
sobre o que pode chamar a atenção de crianças e adolescentes. “Brincar é algo
relevante para as crianças, já os adolescentes podem satisfazer-se entendendo
por que aquilo é importante para eles”, comenta.
Porém, ela também menciona o entusiasmo do professor como um
instrumento de relevância nesse processo. “Quando o professor gosta do que faz,
ele vibra com aquele conhecimento. Pode ser que só com esse entusiasmo ele
consiga passar a relevância que o aluno precisa para manter-se atento”, explica
Vanessa Tenório.
Experiências mostram que seres humanos utilizam o olhar instintivamente
para prestar atenção. Bebês, por exemplo, acompanham o olhar de uma pessoa que
o observa. Logo, conclui-se que ensinar e aprender diz muito respeito à atenção
compartilhada, que é um fator bastante importante para os profissionais da
educação. “O olhar é importante, então essa troca com os alunos é fundamental
para obter atenção”, destaca a diretora.
Vanessa Tenório também menciona algumas outras táticas que
podem ajudar o educador a obter atenção de seus alunos. “Tem coisas mais
simples e prosaicas, como mudar o tom de voz, fazer com que o aluno se
movimente, ou de repente introduzir o elemento surpresa na aula. Peça para todo
mundo levantar e fazer um movimento estranho. Dessa forma, você consegue
recuperar a atenção daqueles alunos que estavam desatentos”, ensina.
Ainda de acordo com ela, educar é um jogo. Por isso, estar o tempo todo olhando e prestando atenção aos seus alunos é importante. Além disso, que essa é uma das coisas que diferem os professores das máquinas.
As referências para o vídeo vieram do livro “How we learn: why brains learn better than any machine... for now”, do neurocientista Stanilas
Dehaene. Além de recomendá-lo, ela destaca mais uma dica importante que a obra
ressalta em suas páginas. “A concorrência de estímulos é ruim para o
aprendizado, então ter uma sala de aula cheia de estímulos não é uma boa
estratégia. Quanto menos estímulos tiver, melhor para o aluno”, ressalta a
diretora.
O primeiro vídeo da websérie pode ser conferido logo abaixo. Já para ver os próximos vídeos, acompanhe nosso canal do Youtube e as publicações das páginas do Systemic Bilingual no Instagram e no LinkedIn.