Metodologias ativas: conheça as principais e como aplicá-las em sala de aula

Publicado em 01/Jun/2021 | por: Equipe Systemic


Você conhece as metodologias ativas? Elas foram criadas com o intuito de dinamizar o aprendizado e trazer os alunos para o protagonismo de seus aprendizados. Com o advento da BNCC, aplicá-las tornou-se fundamental no currículo de qualquer escola.

Porém, como existem diversas formas de se trabalhar com elas, entender cada uma separadamente e identificar suas características pode te ajudar a escolher as que fazem sentido para a realidade das suas turmas. Então, quer conhecer um pouco mais sobre metodologias ativas? Confira todas as informações que reunimos sobre elas neste artigo.


Por que é importante conhecer as possibilidades de metodologias ativas?

Entender como funciona cada uma das metodologias ativas e suas possibilidades de aplicação te permite planejar aulas com os recursos disponíveis e focadas em objetivos específicos (como o desenvolvimento de soft skills). Logo, esse conhecimento direciona o profissional para práticas mais assertivas.

Imagine trabalhar sob a ótica da sala de aula invertida com uma turma que não consegue acessar o conteúdo de forma prévia, por exemplo. É difícil aplicar a metodologia dessa forma, certo? Por isso, identificar qual método melhor se aplica à realidade da turma e da instituição é tão importante. 


Quais são as principais metodologias ativas?

Aprendizagem Baseada em Projetos

Segundo Lilian Bacich (2019) a aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia ativa que utiliza iniciativas interdisciplinares como foco do ensino. Nela, os estudantes lidam diretamente com questões norteadoras, tomadas de decisão e trabalho em equipe. Pensamento crítico, criatividade e colaboração são essenciais nesse processo.


O Buck Institute for Education (2008) indica que a aprendizagem baseada em projetos tem como objetivos principais:

Trabalhar com conteúdos relevantes, dando oportunidade para o estudante investigar por meio do questionamento e, posteriormente, apresentar o resultado de seu trabalho. 

Desenvolver habilidades para o século XXI, instigando o prazer de aprender, dando voz e escolha e promovendo reflexão nos estudantes.


O tempo de planejamento e execução dos projetos, assim como o produto a ser entregue no fim do processo, dependem da proposta que o professor deseja trabalhar em sala. A autora também explica que alunos mais novos tendem a responder melhor a projetos mais curtos, enquanto os mais velhos desenvolvem projetos longos com maior facilidade.


Aprendizagem Baseada em Problemas

A aprendizagem baseada em problemas consiste no aprendizado que é obtido por meio do trabalho com problemáticas, sejam elas reais ou criadas, a fim de despertar nos alunos o interesse na resolução desses problemas. De acordo com Barrows (1986), a base desse método é o ponto de partida para a aquisição e integração de novos conhecimentos. 

Uma de suas grandes características é a aprendizagem centrada no aluno. Logo, os educadores tomam um papel de facilitadores na busca dos alunos pelo conhecimento. Além de trabalhar questões referentes à resolução de problemas, essa abordagem cria um ambiente propício ao desenvolvimento do poder de investigação e de outras soft skills, como criatividade e a colaboração.  


Sala de aula invertida

Também conhecido como flipped classroom, sala de aula invertida é um método que visa promover maior participação dos alunos e torná-los protagonistas de sua aprendizagem. Isso é feito colocando os estudantes em contato prévio com o conteúdo da aula, incitando a troca de ideias, estimulando debates e comentando o que foi discutido. Depois, é feita uma atividade em torno da discussão e um momento de discussão sobre as dificuldades encontradas durante a realização. 

Para Lilian Bacich, Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, em uma aula tradicional o foco é em recordar e entender, deixando para casa atividades que envolvem processos cognitivos superiores (aplicar, analisar, avaliar e criar).Já na sala de aula invertida, o processo é exatamente o contrário: durante a aula esses processos cognitivos mais complexos são explorados e estimulados.


Ensino híbrido

O ensino híbrido vem do conceito de blended learning, metodologia que se utiliza da tecnologia para promover uma educação que une físico e digital para potencializar o processo de ensino-aprendizagem. 

De acordo com Lilian Bacich (2015), essa expressão baseia-se em uma ideia que “não existe uma forma única de aprender e na qual a aprendizagem é um processo contínuo”. De acordo com ela, esse modelo de ensino ocorre “de diferentes formas, em diferentes espaços”.

Logo, a autora defende a ideia de que trata-se de uma convergência de ambientes e formas de aprender. Além do uso das mais variadas tecnologias digitais, o ensino híbrido caracteriza-se porque promove a interação dos indivíduos com seus pares, a troca de experiências e utiliza o melhor dos dois modelos de ensino - presencial e online - para somar no aprendizado.

Por conta da pandemia de Covid-19, este tornou-se um modelo ainda mais comum nas escolas, dada a necessidade de estreitar o vínculo entre educação e tecnologia para atender a demandas sanitárias e de segurança.


Gamificação

A gamificação surge da proposta de trazer a mecânica dos jogos para a aprendizagem. Logo, nessa metodologia são criados ambientes onde não só o entretenimento, mas os desafios e as recompensas norteiam as práticas pedagógicas. 

De acordo com Alves, Minho e Diniz (2014), a gamificação surge como uma possibilidade de conectar a escola ao universo dos jovens. Isso é feito mudando o foco das notas para estímulos emocionais e cognitivos mais significativos para esses alunos, que já nascem com uma cultura cibernética enraizada e estão mais dispostos a receber estímulos que assemelham-se ao que estão acostumados em outros ambientes. 

Dentre as principais características desse modelo de metodologia ativa estão as lógicas de pontuação e recompensa, o que desperta no indivíduo uma sensação mais clara de avanço. A gamificação leva em consideração aspectos como motivação e participação dos estudantes no processo, que são colocados em situações que exigem deles mobilização e engajamento para realizar as ações. 

Gostou de entender como funcionam as principais metodologias ativas? No Systemic Bilingual, utilizamos muitas destas metodologias para trazer ao aluno um aprendizado multidimensional, que o ensina não só uma língua adicional, mas também o prepara para ser um cidadão global. Para conferir mais conteúdos como este, continue navegando pelo blog e descubra as possibilidades do ensino bilíngue.  


Referências:

BARROWS, H. S. A Taxonomy of Problem-Based Learning methods. Medical Education, v.20, p. 481-486, 1986.

Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação [recurso eletrônico] / Organizadores, Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto, Fernando de Mello Trevisani – Porto Alegre: Penso, 2015. e-PUB.

Gamificação na educação / Luciane Maria Fadel, Vania Ribas Ulbricht, Claudia Regina Batista, Tarcísio Vanzin, organizadores. - São Paulo: Pimenta Cultural, 2014. 300p.

VALLE, Leonardo. 10 metodologias ativas de aprendizagem explicadas. Disponível em: . Acesso em 25/05/2021.

GAROFALO, Débora. Metodologias ativas: o que os seus alunos ganham com elas?. Disponível em: . Acesso em 25/05/2021.

SOUZA, S.C. e DOURADO, L. Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): um método de aprendizagem inovador para o ensino educativo. Disponível em: . Acesso em 25/05/2021.