Você conhece as metodologias ativas? Elas foram criadas com o intuito de dinamizar o aprendizado e trazer os alunos para o protagonismo de seus aprendizados. Com o advento da BNCC, aplicá-las tornou-se fundamental no currículo de qualquer escola.
Porém, como existem diversas formas de se trabalhar com elas, entender cada uma separadamente e identificar suas características pode te ajudar a escolher as que fazem sentido para a realidade das suas turmas. Então, quer conhecer um pouco mais sobre metodologias ativas? Confira todas as informações que reunimos sobre elas neste artigo.
Entender como funciona cada uma das metodologias ativas e suas possibilidades de aplicação te permite planejar aulas com os recursos disponíveis e focadas em objetivos específicos (como o desenvolvimento de soft skills). Logo, esse conhecimento direciona o profissional para práticas mais assertivas.
Imagine trabalhar sob a ótica da sala de aula invertida com uma turma que não consegue acessar o conteúdo de forma prévia, por exemplo. É difícil aplicar a metodologia dessa forma, certo? Por isso, identificar qual método melhor se aplica à realidade da turma e da instituição é tão importante.
Segundo Lilian Bacich (2019) a aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia ativa que utiliza iniciativas interdisciplinares como foco do ensino. Nela, os estudantes lidam diretamente com questões norteadoras, tomadas de decisão e trabalho em equipe. Pensamento crítico, criatividade e colaboração são essenciais nesse processo.
O Buck Institute for Education (2008) indica que a aprendizagem baseada em projetos tem como objetivos principais:
• Trabalhar com conteúdos relevantes, dando oportunidade para o estudante investigar por meio do questionamento e, posteriormente, apresentar o resultado de seu trabalho.
• Desenvolver habilidades para o século XXI, instigando o prazer de aprender, dando voz e escolha e promovendo reflexão nos estudantes.
O tempo de planejamento e execução dos projetos, assim como o produto a ser entregue no fim do processo, dependem da proposta que o professor deseja trabalhar em sala. A autora também explica que alunos mais novos tendem a responder melhor a projetos mais curtos, enquanto os mais velhos desenvolvem projetos longos com maior facilidade.
A aprendizagem baseada em problemas consiste no aprendizado que é obtido por meio do trabalho com problemáticas, sejam elas reais ou criadas, a fim de despertar nos alunos o interesse na resolução desses problemas. De acordo com Barrows (1986), a base desse método é o ponto de partida para a aquisição e integração de novos conhecimentos.
Uma de suas grandes características é a aprendizagem centrada no aluno. Logo, os educadores tomam um papel de facilitadores na busca dos alunos pelo conhecimento. Além de trabalhar questões referentes à resolução de problemas, essa abordagem cria um ambiente propício ao desenvolvimento do poder de investigação e de outras soft skills, como criatividade e a colaboração.
Também conhecido como flipped classroom, sala de aula invertida é um método que visa promover maior participação dos alunos e torná-los protagonistas de sua aprendizagem. Isso é feito colocando os estudantes em contato prévio com o conteúdo da aula, incitando a troca de ideias, estimulando debates e comentando o que foi discutido. Depois, é feita uma atividade em torno da discussão e um momento de discussão sobre as dificuldades encontradas durante a realização.
Para Lilian Bacich, Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, em uma aula tradicional o foco é em recordar e entender, deixando para casa atividades que envolvem processos cognitivos superiores (aplicar, analisar, avaliar e criar).Já na sala de aula invertida, o processo é exatamente o contrário: durante a aula esses processos cognitivos mais complexos são explorados e estimulados.
O ensino híbrido vem do conceito de blended learning, metodologia que se utiliza da tecnologia para promover uma educação que une físico e digital para potencializar o processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com Lilian Bacich (2015), essa expressão baseia-se em uma ideia que “não existe uma forma única de aprender e na qual a aprendizagem é um processo contínuo”. De acordo com ela, esse modelo de ensino ocorre “de diferentes formas, em diferentes espaços”.
Logo, a autora defende a ideia de que trata-se de uma convergência de ambientes e formas de aprender. Além do uso das mais variadas tecnologias digitais, o ensino híbrido caracteriza-se porque promove a interação dos indivíduos com seus pares, a troca de experiências e utiliza o melhor dos dois modelos de ensino - presencial e online - para somar no aprendizado.
Por conta da pandemia de Covid-19, este tornou-se um modelo ainda mais comum nas escolas, dada a necessidade de estreitar o vínculo entre educação e tecnologia para atender a demandas sanitárias e de segurança.
A gamificação surge da proposta de trazer a mecânica dos jogos para a aprendizagem. Logo, nessa metodologia são criados ambientes onde não só o entretenimento, mas os desafios e as recompensas norteiam as práticas pedagógicas.
De acordo com Alves, Minho e Diniz (2014), a gamificação surge como uma possibilidade de conectar a escola ao universo dos jovens. Isso é feito mudando o foco das notas para estímulos emocionais e cognitivos mais significativos para esses alunos, que já nascem com uma cultura cibernética enraizada e estão mais dispostos a receber estímulos que assemelham-se ao que estão acostumados em outros ambientes.
Dentre as principais características desse modelo de metodologia ativa estão as lógicas de pontuação e recompensa, o que desperta no indivíduo uma sensação mais clara de avanço. A gamificação leva em consideração aspectos como motivação e participação dos estudantes no processo, que são colocados em situações que exigem deles mobilização e engajamento para realizar as ações.
Gostou de entender como funcionam as principais metodologias ativas? No Systemic Bilingual, utilizamos muitas destas metodologias para trazer ao aluno um aprendizado multidimensional, que o ensina não só uma língua adicional, mas também o prepara para ser um cidadão global. Para conferir mais conteúdos como este, continue navegando pelo blog e descubra as possibilidades do ensino bilíngue.
Referências:
BARROWS, H. S. A Taxonomy of Problem-Based Learning methods. Medical Education, v.20, p. 481-486, 1986.
Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação [recurso eletrônico] / Organizadores, Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto, Fernando de Mello Trevisani – Porto Alegre: Penso, 2015. e-PUB.
Gamificação na educação / Luciane Maria Fadel, Vania Ribas Ulbricht, Claudia Regina Batista, Tarcísio Vanzin, organizadores. - São Paulo: Pimenta Cultural, 2014. 300p.
VALLE, Leonardo. 10 metodologias ativas de aprendizagem explicadas. Disponível em:
GAROFALO, Débora. Metodologias ativas: o que os seus alunos ganham com elas?. Disponível em:
SOUZA, S.C. e DOURADO, L. Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): um método de aprendizagem inovador para o ensino educativo. Disponível em: